Me levantei, ouvia meus passos na madeira na qual eu pisava, soube que o dia não seria como todos os outros algo me fazia estranha, naquela manhã cinza eu me sentia fora do meu eu, fora do mundo, em alguma outra galaxia, eu viajava nos meus próprios pensamentos, eu sentia necessidade de sentir a grama, eu necessitava do ar puro, eu precisava parar no tempo, parar de correr, e somente olhar o céu. Mesmo que estivesse acinzentado como no amanhecer. Queria ver ao menos uma estrela. Era frio. Não sei dizer se fazia mais frio do lado de fora da minha blusa ou dentro do meu coração. Provavelmente competiam. Me sentia vazia, vazia de idéias, eu apenas estava refletindo, nada parava na minha mente, eu apenas queria um momento meu, apenas queria sentir a grama e o zumbido que faz o vento, ouvir as folhas se baterem com o vento, eu sentia que eu precisava rir sem motivo, precisava ao menos dar um sorriso de canto, sem qualquer motivo. De que valem sorrisos tão falsos se por dentro estamos em cacos? Não adquiro essa façanha. Eu vivo pelo SIM e pelo NÃO, não aceito meio termo. Posso estar parecendo forte, mas esta noite me deitei e não consegui segurar as minhas lágrimas, elas transbordavam, meu olhar perdido, pra dentro do meu oceano de lágrimas, senti que meu corpo inteiro chorava. Não consigo mentir tão bem pra mim mesma, não soube demonstrar pelo menos pra mim mesma que estava tudo bem.
Reescrevi do outro post: Esperava o sono chegar.