domingo, agosto 21, 2011

Meio termo.









Me levantei, ouvia meus passos na madeira na qual eu pisava, soube que o dia não seria como todos os outros algo me fazia estranha, naquela manhã cinza eu me sentia fora do meu eu, fora do mundo, em alguma outra galaxia, eu viajava nos meus próprios pensamentos, eu sentia necessidade de sentir a grama, eu necessitava do ar puro, eu precisava parar no tempo, parar de correr, e somente olhar o céu. Mesmo que estivesse acinzentado como no amanhecer. Queria ver ao menos uma estrela. Era frio. Não sei dizer se fazia mais frio do lado de fora da minha blusa ou dentro do meu coração. Provavelmente competiam. Me sentia vazia, vazia de idéias, eu apenas estava refletindo, nada parava na minha mente, eu apenas queria um momento meu, apenas queria sentir a grama e o zumbido que faz o vento, ouvir as folhas se baterem com o vento, eu sentia que eu precisava rir sem motivo, precisava ao menos dar um sorriso de canto, sem qualquer motivo. De que valem sorrisos tão falsos se por dentro estamos em cacos? Não adquiro essa façanha. Eu vivo pelo SIM e pelo NÃO, não aceito meio termo. Posso estar parecendo forte, mas esta noite me deitei e não consegui segurar as minhas lágrimas, elas transbordavam, meu olhar perdido, pra dentro do meu oceano de lágrimas, senti que meu corpo inteiro chorava. Não consigo mentir tão bem pra mim mesma, não soube demonstrar pelo menos pra mim mesma que estava tudo bem.






Reescrevi do outro post: Esperava o sono chegar.

Caio Fernando Abreu







A dor agora tá insuportável, agora você queria abrir o zíper, sair do corpo, encarnar, virar um paralelepípedo ou qualquer coisa inanimada, anestesiada, silenciosa. Pra viver de verdade a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, doi demais sim! Mas passa. Está vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Eu não minto. Vai passar.

Esperava o sono chegar.








Ela aparece como forte, mas talvez ela adormeceu chorando. Ela age como se nada estivesse errado, mas talvez ela esteja sendo muito boa pra mentir para si mesma. Essa manhã ela levantou-se passeou pela casa, talvez se sentisse muito solitária. Ouvia seus passos na madeira, ia até a cozinha e novamente voltava para o quarto e via o sol pela janela. Deitava em sua cama e esperava o sono chegar. Com o teto de seu quarto todo pintado de estrelas. Ela viajava numa galaxia, ela esperava o sono chegar para no próximo dia vagar pela casa e continuar olhando pela janela. Sempre assim.

sexta-feira, agosto 19, 2011

Renato Russo.




Nos perderemos entre monstros
Da nossa própria criação.
Serão noites inteiras,
Talvez por medo da escuridão.
Ficaremos acordados
Imaginando alguma solução.
Prá que esse nosso egoísmo,
Não destrua nosso coração.

Você é o motivo
Do meu amanhecer
E a minha angústia
Ao anoitecer

Dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega
É da cor dos teus olhos
Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos
Distantes de tudo

Explica a grande fúria do mundo
Sempre em frente
Não temos tempo a perder...

Quem me dera ao menos uma vez
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.

Quem me dera ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto
Como o mais importante
Mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente.

Quem me dera ao menos uma vez
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos, obrigado.



quarta-feira, agosto 17, 2011

Only for a moment







Eu fecho meus olhos
Apenas por um momento
E o momento se foi
Todos os meus sonhos
Curiosamente passam diante dos meus olhos
Poeira no vento
Tudo o que nós somos é poeira no vento

A mesma velha música
Apenas uma gota d'água em um mar infinito
Tudo o que fazemos
Cai em pedaços embora nós nos recusemos a enxergar

Poeira no vento
Tudo o que somos é poeira no vento

Agora, não fique esperando
Nada dura para sempre, 
Apenas a terra e o céu o tempo foge
E todo o seu dinheiro não comprará outro minuto

Eu sei que amanhã será um dia diferente,
Amanhã eu posso perder ou vencer
Mas eu sei que estarei ali lutando, 
Em busca das minhas conquistas,

Levantarei, mesmo com os meus sonhos
Espalhados pelo chão, como cacos de vidro,
Pessoas tiradas, brutalmente pelo o que há de pior.
Mas mesmo assim vejo o sol raiar toda manhã,

Ainda ouço o som do violão mais vivo do que do que nunca
Os pássaros cantando toda manhã;
Ainda sinto o cheiro das flores, eu ainda vivo.


segunda-feira, agosto 15, 2011

Mais um banho frio.



Como se o mundo fechasse todas suas portas.
As portas dos sonhos, das esperanças.
É como se tudo ficasse escuro, onde não se sabe onde pisa.
Filtrando em mim, o assustador, o escuro.
Melhor o silêncio, para assim refletimos no nosso próprio silêncio.
O que tem pra hoje? Só mais um dia como os outros.
Só mais um dia em que fecha-se os olhos
Se acorda na base de banhos de água fria.
Decepções, infelicidade, nojo de tudo isso.

sábado, agosto 06, 2011

Interligados.



Ainda interligados, o tempo não pode mudar certas coisas.
Ainda estamos interligados, me disseram que o tempo iria me fazer esquecer.
Mas é difícil aceitar tudo, de cabeça baixa.
E simplesmente deixar os dias correrem.
Constantemente paro no tempo, 
Tenho total consciência de que o tempo não bastará.
Que vai haver ainda dentro de mim um grande espaço, não de tristeza. 
Alegria, por ter passado tudo isso, por saber que um dia isso deu certo.
Lembrar das coisas boas. As ruins, eu apenas as guardo 
Num lugar onde ninguém as toque, onde ninguém que faça relembrar.
Como o papel quando você amassa,  deixa marcas. Cicatrizes...
Cicatrizes que sempre estarão lá, passe o tempo ou não, estão lá.
Então eu só guardo coisas boas, 
As cicatrizes já são visíveis para que eu continue querendo as ver.
Por que você olha tanto pro celular? Existe alguém no mundo, nesse momento, que poderia te ligar agora e te deixar feliz?
Amar é como se jogar de um precipício quando se pensa que está voando já está em uma queda livre que a qualquer momento vai encontrar o chão e você só fica torcendo pra que nessa queda você não se machuque muito. 

quinta-feira, agosto 04, 2011

Presente, passado e futuro







Você não existe. Eu não existo. Mas estou tão poderoso na minha sede que inventei a você para matar a minha sede imensa. Você está tão forte na sua fragilidade que inventou a mim para matar a sua sede exata. Nós nos inventamos um ao outro porque éramos tudo o que precisávamos para continuar vivendo. E porque nos inventamos um ao outro, porque éramos tudo o que precisávamos, para continuar vivendo. E porque nos inventamos, eu te confiro poder sobre o meu destino e você me confere poder sobre o teu destino. Você me dá seu futuro, eu te ofereço meu passado. Então e assim, somos presente, passado e futuro. Tempo infinito num só, esse é o eterno.

segunda-feira, agosto 01, 2011

Inovar.



Ás vezes me pergunto, por que não inovar? Por que sempre os mesmos penteados? Por que sempre as mesmas roupas? Por que sempre as mesmas atitudes? Por que não mudar? Por que não inovar? Por que calar-se quando quer gritar, por que abaixar a cabeça quando você quer discutir sua opinião? por que parecemos tão fracos perto daqueles que demonstram mais segurança? Antes sermos diferentes do que sempre o mesmo padrão. Por que nós sempre estamos tentando ser melhor que o outro? Ao invés de buscar a perfeição em nós mesmos, nas nossas atitudes? Por que não agimos devido ao que nós imaginamos? Medo? Medo dos rótulos? Medo de ser julgado. Medo de ser o apontado. Esse é o nosso problema, medo de ser quem nós realmente somos.